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Paisagens holocênicas e povos ceramistas na região dos rios Aguapeí e Peixe: contribuições para a história indígena do Alto Rio Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Toso, Diana Mirela da Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/310606
Resumo: Sítios arqueológicos localizados nas bacias hidrográficas dos rios Aguapeí e Peixe, afluentes do Alto Rio Paraná, vêm sofrendo impactos, fazendo parte de uma paisagem intensamente modificada pelo desmatamento, monocultura intensiva e pecuária. Para a região, existem lacunas quanto ao entendimento da temporalidade do povoamento Guarani e Kaingang ao longo do Holoceno, bem como sobre a espacialização dos sítios arqueológicos e os possíveis legados da História indígena na construção de paisagens. Por isso, a pesquisa de doutorado, buscou compreender a paisagem de 21 sítios arqueológicos, testemunho da presença de povos ceramistas dessa região, a fim de contribuir com o conhecimento, tanto espacial quanto temporal, destas ocupações e das possíveis relações estabelecidas com o ambiente. Para tanto, fundamentamo-nos em pressupostos da Geografia, Arqueologia e Ecologia Histórica, aplicando a análise regional para 21 sítios arqueológicos; e o estudo dos fitólitos, bem como das cerâmicas para quatro destes sítios. A análise regional quanto ao contexto geoambiental dos 21 sítios arqueológicos e suas implicações arqueológicas nos permitiu reconhecer padrões e diferenças entre sítios Guarani, Kaingang e sítios Guarani/Kaingang. A datação dos dois sítios arqueológicos, junto a pesquisa bibliográfica, permitiu estabelecer a cronologia dos sítios arqueológicos dessa região entre 600 ± 50 AP e 415 ± 45 AP. O estudo de fitólitos nos permitiu reconhecer morfotipos indicadores de um ambiente florestado, com a presença de fitólitos predominantemente associados a vegetação lenhosa, com ocorrência de Palmeiras e Poaceae. Integrando esses resultados a análise química do solo, confirmamos a presença de um núcleo de solo antropogênico no sítio arqueológico Ribeirão São Bento e verificamos um horizonte arqueológico significativamente importante para compreensão do sítio Ribeirão dos Caingangues. Para os outros sítios destaca-se a presença dos fitólitos associados às Palmeiras, demonstrando uma correlação entre a presença humana e as Arecaceae. Aplicamos também a amostragem por amostras mistas do horizonte de solo superficial associados a vegetação moderna (Floresta Estacional Semidecidual Submontana, Aluvial, pastagem e cana-de-açúcar) que permitiram uma base de referência para pensar as assembleias identificadas nos perfis arqueológicos, e que poderão ser utilizadas para subsidiar estudos arqueológicos e paleoecológicos futuros. As análises dos fragmentos de cerâmica quanto as características tecnotipológicas e a reconstituição a parir dos fragmentos de borda permitiram a classificação dos quatro sítios arqueológicos como um sítio Guarani e três Guarani/Kaingang, além de demonstrar uma alta diversidade e variabilidade da cultura material presente nos sítios da região.