Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Souza, Maurício Palmeira Chaves de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/216859
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Resumo: |
As úlceras gástricas são patologias causadas por bactérias ou uso de medicamentos especialmente os antiinflamatórios não esteroidais (AINES), sendo que a falta de tratamento dessa condição pode levar ao agravamento da lesão e até mesmo ao câncer gástrico. A curcumina é um composto natural obtido a partir dos rizomas da planta Curcuma longa e é utilizada na medicina tradicional indiana há muitos séculos. Entretanto, por apresentar baixa solubilidade em meios aquosos, seu uso é limitado. Atrelado a isso, o tratamento de doenças gástricas demanda que o fármaco permaneça em contato com a área, porém o tempo de permanência de formas farmacêuticas convencionais neste órgão é limitado pelo tempo de esvaziamento gástrico, que é de cerca de 2h. Uma estratégia que pode ser utilizada para contornar essas limitações é o uso de um sistema de entrega gastrorretentivo, mucoadesivo e de liberação controlada para o estômago. Nesse sentido, o desenvolvimento de micropartículas poliméricas utilizando polímeros mucoadesivos, capazes de controlar a liberação de fármacos e permitir que essa liberação somente aconteça em meios ácidos, como a hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) e a quitosana, pode ser extremamente vantajosa. Assim, o objetivo desse estudo foi desenvolver e caracterizar micropartículas poliméricas constituídas de quitosana e HPMC para veiculação de curcumina e avaliar in vivo o seu potencial antiúlcera. As micropartículas puderam ser selecionadas usando uma metodologia de ‘quality by design”, as quais foram obtidas por meio de geleificação ionotrópica e processo de liofilização. As micropartículas apresentaram forma esférica e exibiam diâmetros entre 620 e 820 µm. A microscopia eletrônica de varredura mostrou que as partículas contendo curcumina possuem grandes poros em seu interior, enquanto aquelas sem curcumina apresentam uniformidade em todo o seu interior. Espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) indicada como as principais regiões de interação polimérica; A difração de raios-X (DRx) foi capaz de mostrar que o processo de microencapsulação levou à amorfização da curcumina. A eficiência de encapsulação foi superior a 50% e as micropartículas liberaram completamente a curcumina após 24h, enquanto as liofilizadas apresentaram maiores taxas de liberação do que as não liofilizadas, o que evidenciou o impacto do processo de secagem. O mesmo comportamento foi observado nos testes de absorção de líquidos. As análises térmicas e gravimétricas mostaram que mudanças na estrutura dos polímeros e do curcumina e confirmaram uma interação polimérica, por meio majoritariamente de ligações de hidrogênio e forças de van der Waals. A análise de mucoadesão mostraram que todas as micropartículas obtidas apresentaram adesão no disco de mucina. E os resultados do estudo in vivo apontam na direção de que esses sistemas são ferramentas promissoras na prevenção de lesões gástricas associadas ao uso de AINES, apresentando índice de gastroproteção semelhante à conferida pelo ao omeprazol. A partir desses resultados, os MPs desenvolvidos podem ser explorados como um sistema de liberação controlada de fármacos com mecanismo duplo, um desencadeado pela presença de ácidos, destinados à liberação gastroespecífica e outro mucoadesivo, com potencial para aplicação em gastroproteção, principalmente em pacientes que fazem uso crônico de AINES. |