Injeção de peróxido de hidrogênio na área septal medial sobre diminui ingestão de água, antidiurese, natriurese e resposta pressora induzidas pela estimulação colinérgica desta área
Ano de defesa: | 2013 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=87325 http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48458 |
Resumo: | A área septal medial (ASM), situada no prosencéfalo, está envolvida na regulação cardiovascular e no controle do balanço hidroeletrolítico. Esta área é rica em receptores colinérgicos e a ativação dos mesmos induz ingestão de água, natriurese, antidiurese e resposta pressora. A ASM também envia projeções aos núcleos paraventricular (PVN) supra-óptico (SON) do hipotálamo, os quais contêm os neurônios que secretam vasopressina e ocitocina. Existem evidências experimentais demonstrando que as espécies reativas de oxigênio participam do controle de respostas fisiológicas. Resultados de nosso laboratório demonstraram que uma espécie reativa de oxigênio, o peróxido de hidrogênio (H2O2), injetado no ventrículo lateral (VL) reduz a ingestão de água e a resposta pressora induzida por ANG II e carbacol (agonista colinérgico) também injetados no VL. Por isso, o presente estudo teve como objetivo estudar os efeitos do H2O2na área septal medial sobre a ingestão de água, excreção renal e resposta pressora induzidas pela estimulação colinérgica da área septal medial. Para realizar este trabalho, foram utilizados ratos Holtzman (280-320g) com cânulas de aço inoxidável implantadas na ASM. Os animais receberam injeções de H2O2 (1,0 ou 2,5 mol/0,5 µl) ou PBS (veículo, 0,5 l) na ASM e após um minuto, injeção de carbacol (4 nmol/0,5 l) ou salina (NaCl 0,15 M / 0,5 l) também na ASM. A injeção de carbacol na ASM produziu intensa resposta dipsogênica, antidiurética, natriurética e pressora. Todas essas respostas foram bastante reduzidas pela injeção prévia de H2O2. Para avaliar a expressão da proteína c-Fos, considerado um marcador de ativação neuronal, nos neurônios vasopressinérgicos e ocitocinérgicos do PVN e do SON, foi realizado por meio de imunohistoquímica a dupla marcação de c-Fos com vasopressina ou ocitocina. A injeção de carbacol na ASM aumentou a expressão de c-Fos nas células vasopressinérgicas do PVN parvocelular (pPVN), do PVN magnocelular (mPVN) e do SON. Entretanto, a injeção prévia de H2O2 reduziu a dupla-marcação de ambos pPVN e mPVN, mas não alterou a dupla-marcação no SON. A injeção de carbacol na ASM também aumentou a expressão de c-Fos nas células ocitocinérgicas do pPVN, do mPVN e do SON. O tratamento prévio com H2O2 reduziu a dupla-marcação tanto no mPVN, como no SON. Alguns estudos tem demonstrado que o H2O2 pode ter participação na regulação da excitabilidade de neurônios dopaminérgicos do mesencéfalo por ativarem canais de K+ATP, promovendo hiperpolarização da membrana celular. Além disso, foi demonstrada que a área septal medial é uma área rica em canais K+ATP. Para testar essa hipótese, foram realizados novos experimentos de ingestão de água e de excreção renal, para analisar os efeitos da combinação ou não de glibenclamida (5 nmol/0,5 l ) – bloqueador de canais de K+ATP - com H2O2 (2,5 mol/0,5 l) na ASM sobre as respostas produzidas pelo carbacol. O pré-tratamento com glibenclamida na ASM reverteu significativamente a redução da ingestão de água produzida pela injeção de H2O2 previamente ao carbacol nessa mesma área. Além disso, o tratamento com glibenclamida na ASM também aboliu os efeitos inibitórios do H2O2 sobre a antidiurese e a natriurese produzidos pelo carbacol. Desta forma, os resultados sugerem que o H2O2 pode modular negativamente as respostas dipsogênicas, antidiuréticas, natriuréticas e pressoras produzidas pelo carbacol. Um possível alvo de ação do H2O2 são os canais de K+ATP, nos quais o H2O2 provocaria a ativação e, consequentemente, o efluxo de K+, hiperpolarizando a membrana celular e se contrapondo ao efeito ativador do carbacol. |