Soroprevalência de Toxoplasma gondii e fatores de risco associados em uma população rural de origem germânica no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Carvalho, Aline Machado
Orientador(a): Farias, Nara Amélia da Rosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Parasitologia
Departamento: Instituto de Biologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5018
Resumo: A toxoplasmose, ocasionada pelo protozoário Toxoplasma gondii, é uma patologia difundida em todo mundo e altamente prevalente principalmente em regiões de clima quente e úmido. Trata-se de uma zoonose, de grande importância em saúde pública, podendo causar infecção em todos os animais homeotérmicos, além de peixes e moluscos. A soroprevalência varia mesmo entre populações de localidades próximas, e, por isso, é importante a realização de estudos regionais, que permitam a tomada de medidas específicas e eficazes para o controle da zoonose. Essa variação é determinada pelos hábitos e costumes dos habitantes de cada região, sendo também influenciada por fatores climáticos, geográficos e tipos de trabalho. No estado do Rio Grande do Sul, existem regiões de colonização germânica, cuja população mantém seus hábitos alimentares e culturais preservados. Este estudo teve como objetivo conhecer a soroprevalência de T. gondii em uma população germânica no Sul do Rio Grande do Sul e correlacionar com os principais fatores de risco, incluindo o consumo de carnes cruas defumadas, de anseriformes como patos, gansos e marrecos, e também de suínos. Foi aplicado questionário epidemiológico e realizado coletas de sangue venoso de 350 indivíduos, cadastrados no posto de saúde de comunidade rural do município de São Lourenço do Sul-RS. Os exames sorológicos para T. gondii foram realizados através da Reação de Imunofluorêscencia Indireta (RIFI) segundo Camargo (1964), com ponto de corte de 1: 32 para IgG e 1:8 para IgM. A soroprevalência para T. gondii na população estudada foi de 75,1%, com títulos que variaram entre 32 e 16.380. Não foi diagnosticado nenhum caso agudo da doença ou de infecção recente (IgM positivo). Constatou-se que o hábito de provar o tempero de carne crua aumenta 2,45 vezes mais a chance de infecção dessas pessoas pelo protozoário. Mais de 90% dos pesquisados costumam consumir embutidos artesanais, água não tratada, pratos típicos à base de carne defumada, ter contato com o solo, não higienizar corretamente frutas e verduras, manusear carne crua e ter gatos no peridomicílio. Trata-se do primeiro estudo sobre a soroprevalência de T. gondii em população rural de origem germânica no Brasil.