Cultura visual urbana : reflexões sobre o discurso visual da praça Maciel Pinheiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: FERREIRA, Lia Madureira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Design
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54295
Resumo: Entender o discurso visual da praça Maciel Pinheiro, localizada na cidade do Recife, como reflexo dos processos sociais ocorridos no espaço urbano constitui o objetivo central dessa pesquisa. Transitando entre o passado e o presente da praça, busca-se compreender como a teia de significados, criada a partir da interação entre o indivíduo e o espaço urbano, transforma a sua paisagem, modelando, assim, a cultura visual urbana que lhe é própria. Estabelecendo um diálogo entre cultura visual, percepção, design, comunicação e semiótica, as dinâmicas ocorridas na praça são observadas com um olhar fenomenológico. O percurso investigativo se configurou a partir de um estudo de caso, de caráter multidisciplinar com abordagem etnográfica. Procurou estabelecer duas linhas de orientação: a primeira por meio de uma trajetória histórica que partiu de registros iconográficos de finais do século XIX e nos acercou à segunda década do século XXI na busca por desvendar e compreender as camadas de informações que foram sendo depositadas na praça com o passar do tempo; a segunda orientação diz respeito à praça que – enquanto manifestação da espacialidade urbana – reflete uma forma de uso, organização e apropriação do espaço, própria da cultura em que está inserida. Dessa forma, o espaço urbano foi explorado como uma narrativa que comunica, informa e gera sentido. A metodologia apoiada nas perspectivas teóricas e nas evidências empíricas deixou transparecer um discurso híbrido, mutável e efêmero, observado através dos processos de significação ali encontrados, deixando-se também ecoar tais características no intérprete que se propõe a ler a praça. O discurso visual foi nesse sentido observado e tratado a partir dos constructos de diversas teóricas afim de buscar uma forma ampla de apropriação das nuances que o perpassam. Assim, as teorias da cultura visual urbana apontaram para uma cidade que se configura por meio da expressão de uma cultura; o estudo da percepção foi tratado pelo viés filosófico de Merleau-Ponty e pela teoria ecológica de Gibson, desvelando que a cidade adquire significado por meio da experiência dos indivíduos; o design da informação e a comunicação trataram de dar luz à cidade como artefato comunicacional que dá suporte à memória coletiva e à identidade social e por fim, o olhar para a semiótica peirciana e da cultura de Lotman apresentaram a existência de uma dimensão simbólica construída a partir da valoração e significação ao ambiente urbano. O entrelaçamento de tais teorias permitiu articular três aspectos fundamentais para a compreensão da investigação proposta: homem – cultura – linguagem. Para além da composição da fundamentação teórica, o arcabouço teórico desenhado precisava acoplar-se aos modelos que categorizaram, descreveram e analisaram um corpus complexo e diverso, onde o viés qualitativo foi fortemente trabalhado. O primeiro foi uma adaptação de um modelo que veio de estudos com viés sociológico, a sua nova configuração adquiriu uma dimensão visual pertinente aos propósitos delineados para a pesquisa. O segundo modelo, o da Representação e Análise Semiosférica foi criado para permitir compreender o deslocamento dos signos no espaço semiótico e consequentemente os seus processos de ressignificação.