Avaliação pré-clínica do efeito neuroprotetor do ácido rosmarínico em lesões de isquemia e reperfusão cerebral : correlações anátomo-funcionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SANTOS, Elaine Vasconcelos dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Tecnologias Energeticas e Nuclear
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39327
Resumo: O acidente vascular cerebral (AVC) é uma doença grave, com altas taxas de mortalidade e morbidade. O uso de trombolíticos e a trombectomia endovascular têm auxiliado no prognóstico de pacientes. Entretanto, ainda não existe terapia preventiva ou curativa eficiente o bastante para estacionar efetivamente os efeitos progressivos da doença. Por esta razão, vários grupos de pesquisa tem se dedicado ao estudo de potenciais agentes terapêuticos e neuroprotetores. Os polifenóis vêm se destacando principalmente pela atividade antioxidante e anti-inflamatória, características estas que estão diretamente associadas à patogênese do AVC. Neste contexto, um composto polifenol bastante estudado tem sido o ácido rosmarínico (AR), cuja atuação como neuroprotetor foi observada em modelos de diferentes doenças neurológicas. O objetivo deste estudo foi avaliar o possível efeito neuroprotetor preventivo do ácido rosmarínico em modelo murino de AVC isquêmico por meio da utilização da tomografia por emissão de pósitrons (PET) associada ao radiofármaco FDG-18F, pela determinação de área cerebral infartada e por teste comportamental para determinação de déficit neurológico. Foram utilizados 6 grupos experimentais: camundongos sadios, sham tratados com salina, sham tratados com AR, isquêmicos tratados com salina e isquêmicos tratados com AR. O tratamento com AR iniciou-se 7 dias antes da indução da isquemia cerebral global. Foram administradas doses de 20mg/kg/dia, intragastricamente. Imagens por microPET foram adquiridas e associadas ao estudo comportamental para avaliação de déficit neurológico. Após a eutanásia dos animais, os cérebros foram coletados e corados com 2, 3, 5 – cloreto de trifeniltetrazólio (TTC) para determinação de área necrótica em cada grupo. Foi realizada avaliação semi-quantitativa da captação cerebral de FDG-18F para verificar o efeito do ácido rosmarínico em diferentes regiões do cérebro e o mapeamento paramétrico estatístico das imagens por meio do software SPM. Resultados obtidos por meio da coloração de TTC demonstraram que apenas o grupo de animais que sofreram a isquemia apresentaram regiões de infarto evidentes e que o pré-condicionamento com AR promoveu neuroproteção do insulto isquêmico (p<0,01). A análise semi-quantitativa PET FDG-18F revelou decréscimo significativo de captação no grupo isquêmico veículo quando comparado ao grupo sadio, em 6 das 14 regiões analisadas, que foram, estriado (p=0,0118, hemisfério esquerdo; p=0,0046 hemisfério direito), córtex (p=0,0068), hipocampo esquerdo (p=0,0078), tálamo (p=0,0451), colículo superior (p=0,0254) e colículo inferior (p=0,0086). De forma interessante, 3 dessas regiões (estriado, colículo superior e inferior) pareceram não ter sido afetadas nos animais isquêmicos tratados com AR, que tiveram captação semelhante ao grupo sadio. Esse resultado sugere efeito neuroprotetor do AR nessas regiões, corroborando os resultados do TTC. Além disso, resultados obtidos com uso da ferramenta SAMIT no ambiente do MATLAB demonstraram que a técnica PET FDG-18F foi eficiente em diagnosticar o dano neurológico provocado pelo modelo BCCAO, uma vez que os grupos isquêmicos mostraram captação reduzida em relação ao sadio (PFWE<0,05; P<0,0001). Com base nestes resultados, podemos sugerir que o pré-condicionamento com AR foi capaz de reduzir a área de infarto cerebral, tendo portanto, efeito neuroprotetor em modelo de AVC global.