Daseinsanálise como metódo hermenêutico-fenomenológico : por uma metapsicologia do existir

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Ricardo Décio da Silva lattes
Orientador(a): Caminha, Iraquitan de Oliveira lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Filosofia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29892
Resumo: Esta dissertação visa desenvolver e pensar a Daseinsanálise como metapsicologia do existir, na compreensão e interpretação das crises e transtornos existenciais. Consiste em um olhar filosófico existencial sobre o sofrimento psíquico e sua terapia com base nos métodos fenomenológico e hermenêutico a partir dos existenciais-ontológicos presentes na analítica do ser-aí [dasein], apresentados por Heidegger em “Ser e Tempo” em sua ontologia fundamental. Para isso, tentou-se reconstruir os fundamentos filosóficos desses métodos, ao mesmo tempo, em que situa a crítica sobre as questões metafísicas da ontologia tradicional e moderna sobre o ser do homem, a partir dos princípios da [epoché] e intencionalidade, compreensão, interpretação, tonalidade-afetiva, angústia. Com isso, pretende-se acompanhar como foi a recepção e o impacto causado pela analítica existencial do ser-aí nas ciências psicológicas nos “Seminários de Zollikon”, realizados por Heidegger na Suíça, apresentando uma lida destrutiva do horizonte sedimentado das acepções: “natureza, espaço, tempo, corpo”, com vistas a liberar o campo fenomenológico para compreender o ser-aí como abertura de relação-com o mundo. Por último, busca-se acompanhar os trabalhos dos pioneiros da Daseinsanálise psiquiátrica, Ludwig Binswanger e Medard Boss, acerca do sofrimento, crises e transtornos através do fenômeno do sonho, sem se remeter a uma instância “psíquica” ou “cerebral”, mas enfatizando a ligação desses fenômenos com a existência como um todo, interpretando as crises de sentido pela confrontação com o ser, as quais geram restrição e privação da liberdade, como modos de abertura de mundo, afinados emocionalmente, experimentando a presença do não-ser, do nada, como na angústia que, no limite, gera uma ruptura, crise e decisão existencial do instante. Ao mesmo tempo em que apresenta o modo como a arte de curar pode-se mostrar no cuidado [sorge] presente na relação-com o outro em um espaço ôntico clínico, visando alcançar a possibilidade de pensar a Daseinsanálise na contemporaneidade.