Quando todos são Guarani: a guaranização indígena em escritos do século XVI nas Províncias do Rio da Prata

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, André Luis Freitas da lattes
Orientador(a): Cavalcante, Thiago Leandro Vieira lattes
Banca de defesa: Landa, Beatriz dos Santos lattes, Santos, Julio Ricardo Quevedo dos lattes, Chamorro, Cándida Graciela lattes, Mota, Lúcio Tadeu lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em História
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/928
Resumo: Este trabalho descreve e analisa fontes escritas produzidas no transcorrer do século XVI que trazem informações sobre o Guarani do período colonial. Essas fontes históricas foram concebidas por cronistas que testemunharam os primeiros contatos e que viveram entre povos indígenas das Províncias do Rio da Prata. Também por cronistas que escreveram a partir de seus gabinetes, subsidiados por relatos orais, transmitidos por exploradores do Novo Mundo, por documentos oficias da administração espanhola e por outros papéis escritos que tratavam de povos indígenas. O objetivo das descrições e análises é demonstrar pelo viés da História Cultural, pelos métodos da Étno-história, que alguns escritos desse período histórico são portadores de uma ideia que consideramos ser de guaranização. Para este trabalho, a ideia de guaranização que estamos propondo não acontece necessariamente pela via do contato entre diferentes povos, mas, principalmente no campo narrativo. Portanto, guaranizar é difundir uma visão genérica, de forma intencional ou não, de que o Guarani colonial foi um povo que ocupou demograficamente amplo espaço geográfico, reproduzindo características socioculturais homogêneas em diferentes lugares e diferentes temporalidades, que submeteu outros povos, devido à sua capacidade guerreira, superioridade de sua cultura e influência de seu idioma. Portanto, guaranizar é exaltar um povo em detrimento de outro, é invisibilizar uma pluralidade sociocultural nativa em nome de uma singularidade sociocultural. As crônicas do século XVI que traçaram os primeiros contornos que identificamos como sendo de guaranização, e que influenciaram a produção escriturária sobre os Guarani, desenvolvida nos séculos posteriores, foram produzidas por Luiz Ramíres, Sebastião Caboto, Cabeza de Vaca e Juan Lopes de Velasco. Esses autores imprimiram em suas narrativas a presença marcante do Guarani colonial em diferentes espaços e sua forte influência no contexto das relações interétnicas.