Exportação concluída — 

Concepções de natureza e território na visão dos professores Guarani da escola indígena de Dourados/MS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Lima, Salvadora Caceres Alcântara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Instituto de Estudos Socioambientais - IESA (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Geografia (IESA)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/4245
Resumo: A tese trata a respeito do povo Guarani que vive no município de Dourados Mato Grosso do Sul, região de fronteira do Brasil com o Paraguai. A população indígena que vive nesse município é bastante significativa. São cerca de treze mil pessoas das etnias Guarani Ñandeva, Guarani Kaiowá e Terena que compartilham a mesma área geográfica dividida entre duas aldeias a Jaguapiru e a Bororó. O presente estudo enfatiza as concepções de mundo dos professores Guarani em relação à natureza e ao território, fundamentado na hipótese de que tem havido saberes e conhecimentos próprios desse povo e que vêm sendo compartilhados ao longo das gerações por meio da oralidade e de práticas educativas que prescindem do espaço escolar. Como estratégia de investigação utilizei a metodologia da pesquisa participante por ser a que mais se aproximou da minha intencionalidade que foi a de conceber a professora e o professor Guarani como sujeitos interlocutores da pesquisa. A partir dos relatos colhidos sobre as trajetórias de vidas, localização das aldeias onde nasceram e da experiência escolar que tiveram, foi possível recuperar uma memória histórica que retratam um modo de se relacionar com a natureza e o território e sua importância para a atualização das experiências e dos vínculos afetivos com os espaços onde vivem ou viveram os antepassados Guarani. O trabalho de campo e as entrevistas com os professores Guarani das escolas indígenas de Dourados possibilitaram discutir alguns aspectos da concepção de natureza e de território próprios do povo Guarani articulados aos conhecimentos sistematizados cientificamente pela sociedade ocidental. Busquei compreender o modo como esses conhecimentos podem contribuir para a construção de uma educação escolarizada e diferenciada que mais se aproxime do modo de vida Guarani. As análises dos depoimentos revelaram que a trajetória espacial constitui-se num dos aspectos centrais na organização da vida social Guarani baseada, sobretudo, na língua, na economia de reciprocidade e na relação de parentesco. Essas reflexões longe de ser um consenso pretendem contribuir com o debate para a construção de uma visão crítica da sociedade e da função social da escola e do currículo dentro das aldeias de Dourados e fora dela. No sentido de respeitar, valorizar e incorporar os outros saberes e práticas culturais e linguísticas próprias da convivência em áreas de fronteiras.