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Sujeito aos grandão: reprodução social do campesinato na comunidade Cana Verde em Palestina de Goiás-GO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Galván, Gabriel Horacio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Escola de Agronomia - EA (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Agronegócio (EA)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/10592
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo analisar as estratégias de reprodução social de famílias camponesas da comunidade Cana Verde localizada no município de Palestina de Goiás, na região Sudoeste do estado de Goiás. Quanto à abordagem, trata-se de uma pesquisa qualitativa que teve como base elementos metodológicos característicos da etnografia. No desenvolvimento da pesquisa, foram visitadas 11 unidades de produção familiar, nas quais se encontram trabalhando 14 famílias, envolvendo 46 pessoas. As famílias que conformaram o recorte da pesquisa se encontram organizadas na Associação dos Pequenos Produtores da Cana Verde (APROCAN). Para atingir o objetivo proposto foram utilizadas fontes secundárias de informação, como repositórios digitais de teses, jornais e revistas científicas, além de bases de dados de diversas fontes. Os resultados primários foram produzidos fazendo uso de depoimentos obtidos durante a realização de entrevistas semiestruturadas e abertas com os membros da Comunidade entre 32 e 80 anos de idade. Também, foram utilizadas como técnicas complementares a observação participante e o caderno de campo. Os resultados mostram que as estratégias adotadas pelas famílias, e que contribuem com sua reprodução social, podem ser analisadas com base em elementos materiais e simbólicos. Analisando os efeitos da modernização da agricultura brasileira, foi possível identificar mudanças nas relações sociais e produtivas da Comunidade. Contudo, as famílias têm respondido se especializando produtivamente, principalmente na pecuária leiteira, mas ainda mantendo uma agricultura diversificada para atender às necessidades do grupo familiar e, ao mesmo tempo, fazendo uso de diversos canais de comercialização, mercados curtos e estabelecendo relações comerciais com diferentes segmentos do agronegócio. Do ponto de vista simbólico, as características próprias do campesinato são reproduzidas através de elementos como festas populares e religiosas, música, comida, o trabalho e relações sociais de compadrio, vizinhança e solidariedade. Já com relação aos efeitos provocados pela lógica econômica do agronegócio e que dificultam a reprodução social das famílias, destaca-se o processo de cercamento, materializado em: aplicações de agrotóxicos e no avanço da fronteira agrícola até os limites da Comunidade; através das rendas de monopólios; e mediante o controle dos recursos genéticos e a supressão de formas autônomas de fertilização. Em função da influência do agronegócio na Comunidade, é possível determinar que sua lógica pressiona as famílias para privá-las de seus meios de produção e de vida, ao mesmo tempo em que também gera condições para sua reprodução, ainda que contraditoriamente, através de relações econômicas com as famílias “canaverdianas”. Assim, à luz dos resultados, foi possível considerar a hipótese estabelecida no começo da pesquisa, quando se partiu do entendimento de que a reprodução social do campesinato se deve tanto a elementos próprios da organização da unidade familiar e comunitária, como também depende de sua relação com o circuito maior (a sociedade capitalista). Isso se dá através de sua inserção subordinada à lógica produtiva do agronegócio, sendo visível uma recriação do campesinato mediada pelo capital. Desta forma, por meio dos resultados da pesquisa, defendemos a tese da permanência do campesinato na sociedade capitalista, relacionada com a corrente de pensamento do “fim do fim do campesinato”.