Os saberes docentes e a exploração sexual comercial de meninas: desafios da contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: MARTINS, Railda Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Ciências Humanas
BR
UFG
Mestrado em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tde/2153
Resumo: O presente trabalho inseri-se na Linha de Pesquisa Formação e Profissionalização Docente. O objetivo da investigação é conhecer quais são os valores que os professores e as professoras expressam ao lidarem com a adolescente envolvida com a exploração sexual comercial. O professor e a professora apresentam-se como personagens fundamentais no processo de socialização do indivíduo, uma vez que a escola é composta por sujeitos com determinadas realidades históricas, sociais e culturais, cujos referenciais influenciam diretamente a construção e a assimilação de valores por parte de seus alunos e suas alunas. Para conhecimento desses valores, foram realizadas pesquisas bibliográfica e de campo. Na pesquisa bibliográfica, o caminho percorrido consulta autores clássicos e contemporâneos que se debruçaram em estudos relacionados com a temática, como também investigações que tiveram como objeto de estudo a questão da exploração sexual de adolescentes, tanto no Brasil quanto no exterior. Em relação a formação de professores e de professoras, a discussão teve como foco os saberes docentes, e, como suporte para sua compreensão, obras de autores que lidam com essa temática. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, na qual a investigação empírica aconteceu em duas escolas do município de Goiânia-GO. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram: questionários, vídeos referentes à temática da exploração sexual comercial de adolescentes (ESCCA) e a técnica do grupo focal. Os dados coletados e analisados permitiram constatar que os professores e as professoras desconhecem a diferença entre prostituição e ESCCA. Em relação ao que fazer quando percebem casos de ESCCA, ficou evidenciado que não sabem o que fazer e como encaminhar o problema para as instâncias de defesa e proteção, como o conselho tutelar, e que desconhecem o seu papel e o como estabelece articulação com essa instância. No tocante às situações em que as adolescentes estão envolvidas com a ESCCA percebe-se que alguns professores e algumas professoras têm dificuldade em compreender que o adulto é o responsável. Apontam que a família desempenhava um papel mais rigoroso e que atualmente é diferente, pois falta autoridade de uma pessoa que comande, seja ou pai ou a mãe. Expressam que a sexualidade está mais presente e que a mídia fortalece essas questões influenciando as adolescentes de forma eficiente e alienada, que as meninas estão envolvidas com a ESCCA pela falta de religião. Constatou-se que a formação acadêmica não tem subsidiado, teórica e praticamente, os professores e as professoras para lidarem com ESCCA, e que eles e elas recorrem aos saberes oriundos da prática profissional, de revistas e jornais, de conversas com familiares, entre amigos, colegas da escola, pela televisão, pela Igreja. Os dados, evidenciaram que o projeto político-pedagógico das duas escolas não aborda a questão da violência sexual, em especial a ESCCA, apesar de serem escolas em que essa realidade está presente.