Educação do olhar e semiformação: (im)possibilidades educativas nos Centros de Atenção Psicossocial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pinto, Rômulo Fabriciano Gonzaga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Educação - FE (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Educação (FE)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/11147
Resumo: A presente tese, associada à linha de pesquisa “Cultura e Processos Educacionais”, é fruto de uma pesquisa realizada conforme os pressupostos teórico-metodológicos da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt no contexto dos CAPS AD. O problema da pesquisa, considerando que a educação do olhar pode contribuir para o processo de semiformação e que os mecanismos ideológicos de dominação, como a Indústria Cultural, se impõem com o propósito de padronização das consciências, conflui para a seguinte questão: Como o sujeito toxicômano e os profissionais da saúde mental podem apreender as imagens disseminadas pela indústria cultural em um processo de educação do olhar para se compreender a regulamentação e o controle social do uso de substâncias psicoativas? A técnica de coleta de dados empregada nesta pesquisa foi a entrevista semiestruturada e a observação participante com todos os professores de Educação Física do município de Goiânia que trabalham em CAPS-AD. Com o problema posto, buscou-se compreender como os profissionais da saúde mental e o sujeito toxicômano podem apreender as imagens disseminadas pela Indústria Cultural, e suas possíveis vinculações com um processo de educação do olhar, e ainda se este possui relação com as políticas de regulamentação e controle social do uso de substâncias psicoativas. Assim buscou-se compreender o advento da política proibicionista das drogas e sua articulação com a semiformação humana, identificando os processos de educação do olhar e sua possível relação com as maneiras de ver e sentir na contemporaneidade, relacionando estas com as toxicomanias e, por fim, situando a indústria cultural como mecanismo central de dominação humana na especificidade do recorte da pesquisa. Diante desses objetivos aqui explicitados, este trabalho foi dividido em quatro capítulos. No primeiro capítulo, buscou-se compreender os processos de semiformação humana e sua possível relação com a educação do olhar na singularidade histórica do capitalismo, em seu desdobramento enquanto categoria lógica e histórica. No segundo capítulo apresentamos, a partir de Theodor Adorno e Max Horkheimer, o desenvolvimento da indústria cultural ao longo do século XX e concomitantemente, buscamos em Chistoph Türcke, elementos para a compreensão do advento da sociedade excitada. Apresentamos o conceito de fluxos sensoriais contínuos que tem sua origem em Richard Sennett, e que é também desenvolvido por Claudine Haroche, que fortalece os feixes de dominação oriundos da indústria cultural. No terceiro capítulo apresentamos os processos de educação do olhar e semiformação oriundos do advento das tecnologias sociais da exclusão, da gênese e desenvolvimento histórico do uso de drogas, da origem e processo histórico da política proibicionista das drogas. No quarto capítulo, explicitamos como, a partir das perspectivas de profissionais de saúde e usuários do serviço atendidos em CAPS de que modo os processos de educação do olhar podem culminar em processos de (de)formação humana. Conclui-se que, mesmo no âmago das contradições, limites e possibilidades se põem no real dentro e fora dos CAPS caminhos para que intervenções terapêutico-pedagógicas possam expressar possibilidades de superação do existente em novas sínteses históricas futuras possíveis.