Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Bragança, Lucas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/36247
|
Resumo: |
Esta pesquisa examina o fenômeno das ciberorgias, definidas aqui como práticas sexuais coletivas realizadas em diversos ambientes on-line, fazendo uso de tecnologias digitais de comunicação. Através do método cartográfico, buscamos inventariar algumas dinâmicas observando diferenças e similaridades entre elas. A partir disso, o método genealógico é empregado na tese com o objetivo de identificar continuidades e rupturas dessas práticas em relação às orgias que se desenvolveram em outros contextos históricos, com o intuito de compreender certas peculiaridades da sexualidade contemporânea e das subjetividades que protagonizam esses eventos. Faz-se necessário pontuar que, apesar de ser dada especial atenção às práticas desenvolvidas por homossexuais masculinos cisgêneros, o fenômeno, em alguma medida, atravessa as diversas sexualidades e gêneros. Os participantes das ciberorgias se encontram imersos em uma sociedade que avança pela terceira década do século XXI, conectada por meio de dispositivos digitais e absorta em uma cultura da visibilidade que vem reconfigurando as fronteiras entre os âmbitos privados e públicos. Ao mesmo tempo, a pornografia se torna cada vez mais acessível e disseminada, caracterizando o que alguns autores denominam “sociedade pornificada”. Diante disso, novas condutas sexuais vêm surgindo e se expandindo na vida contemporânea, especialmente as realizadas através das redes informáticas na pornoesfera digital. Nesse território tão plural, complexo e em constante mutação, as práticas de autopornificação são estudadas com especial atenção, já que integram modos de vivenciar a sexualidade intimamente alinhados a estímulos socioculturais e valores neoliberais próprios da contemporaneidade que impregnam as subjetividades. A pesquisa assume que não estamos apenas vivendo em uma sociedade pornificada, mas mais precisamente em uma sociedade pornógrafa, na qual “pessoas comuns” se exibem cada vez mais despudoradamente ao olhar dos outros, evidenciando fortes mudanças em relação aos valores e crenças que foram hegemônicos na era moderna. Assim, observadas como parte de um conjunto de transformações históricas, que são de enorme magnitude e estão afetando todos os âmbitos da vida, as práticas sexuais aqui em foco parecem ressignificar os modos de experimentar o prazer no sexo: nas ciberorgias estudadas nesta tese, o gozo, muitas vezes, se traduz em likes. |