Dinapenia, sarcopenia e qualidade de vida em mulheres hospitalizadas com excesso de peso e câncer de mama

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Anunciação, Taise Andrade da lattes
Orientador(a): Roriz, Anna Karla Carneiro lattes, Oliveira, Lucivalda Pereira Magalhães de lattes
Banca de defesa: Roriz, Anna Karla Carneiro lattes, Machado, Maria Ester Pereira da Conceição lattes, Chaves, Gabriela Villaça lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde (PGNUT)
Departamento: Escola de Nutrição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38205
Resumo: O câncer de mama é o câncer mais incidente em mulheres. A presença associada da dinapenia, sarcopenia e obesidade ampliam a possibilidade de efeitos adversos que podem afetar a tolerabilidade do tratamento e possivelmente a qualidade de vida. Objetivo: avaliar se existe associação entre dinapenia, sarcopenia e características sociodemográficas, clínicas e qualidade de vida em mulheres hospitalizadas com excesso de peso e câncer de mama. Método: Trata-se de um estudo transversal, realizado em Hospital Filantrópico de Referência na cidade de Salvador. Foram avaliados dados socioeconômicos e demográficos; clínicos; estilo de vida; dados nutricionais; avaliação do desempenho físico e qualidade de vida. A avaliação da dinapenia foi realizada através da força de preensão palmar absoluta e relativa (FPPR = força de preensão palmar absoluta/ peso). Para o diagnóstico de sarcopenia utilizou-se a avaliação da dinapenia, baixa reserva de massa muscular e baixo desempenho físico. A qualidade de vida foi avaliada através do instrumento Avaliação Funcional da Terapia do Câncer - Mama (FACT-B). Resultados: Participaram do estudo 97 mulheres com média de idade 52,2 anos (DP=11,2), 55% apresentaram diagnóstico de obesidade, 58,8% tempo de diagnóstico inferior a 6 meses e 56,7%, não havia sido previamente submetida a tratamentos antineoplásicos. Avaliando a força de preensão palmar absoluta, 72,2% tinham dinapenia, 11,3% baixa reserva de massa muscular e 32% baixo desempenho físico. Observou-se que 66% apresentaram provável sarcopenia, 3,1% sarcopenia e 2,1% sarcopenia grave. E 56,7% apresentavam obesidade dinapênica. O escore médio de qualidade de vida, segundo FACT-B, foi significativamente maior entre as mulheres afrodescendentes (111,7 vs. 99,5, p=0,04). As mulheres com diagnóstico de provável sarcopenia/sarcopenia apresentaram 6,54 (IC: -11,79 -1,29) pontos a menos no FACT-B, quando comparadas àquelas sem sarcopenia. Ao ajustar o modelo, observou-se que a média do escore de qualidade de vida em mulheres com provável sarcopenia/sarcopenia foi ainda menor (-7,41; IC:-12,97 -1,85). Pacientes com diagnóstico de obesidade dinapênica apresentaram escore médio de qualidade de vida 8,47 pontos a menos (IC: -13,12 -3,82), quando comparadas àquelas sem obesidade dinapênica e no modelo ajustado, a média do escore de qualidade de vida foi ainda menor (-8,89). Observou-se concordância entre a FPPA e FPPR de 0,779 (p=0,000). Na avaliação da FPPR, as mulheres com dinapenia apresentaram maiores valores de IMC (34,0, DP=6,2 vs. 30,8, DP=3,6, p= 0,002) e CC (103,4, DP=12,7 vs. 95,9, DP=9,3, p= 0,003). Observou-se correlação moderada inversa entre FPPR e IMC (-0,42, p=0,000), CC (-0,48, p=0,000) e correlação fraca direta com desempenho físico (0,29, p=0,003). Observou-se correlação fraca direta entre FPPR e bem estar físico (0,27, p=0,007), bem estar emocional (0,21, p=0,035), bem estar funcional (0,29, p=0,004); correlação moderada direta entre a subescala do câncer de mama (0,32, p=0,001) e FACT-B (0,36, p=0,000). Conclusão: Neste estudo as mulheres com maior IMC, deposição de gordura abdominal e dinapenia apresentaram menores escores de qualidade de vida. A força relativa foi capaz de identificar maiores associações com as variáveis nutricionais e qualidade de vida. Assim, a FPPR pode ser utilizada como método adjuvante de avaliação nutricional precoce, devendo ser acompanhado por todo tratamento antineoplásico.