Ocas populares: uma interpretação propositiva sobre a gestão de organizações culturais populares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira, Iago Itã de Almeida lattes
Orientador(a): França Filho, Genauto Carvalho de lattes
Banca de defesa: França Filho, Genauto Carvalho de lattes, Vilutis, Luana, Boullosa, Rosana de Freitas
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Multidisciplinar e Profissionalizante em Desenvolvimento e Gestão
Departamento: Escola de Administração
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35345
Resumo: Esta pesquisa se debruçou sobre um conjunto específico de iniciativas organizacionais chamadas, no âmbito desse trabalho, de organizações culturais populares. Os atores correspondem àqueles grupos e entidades que desenvolvem atividades culturais de forma territorializada, comunitária e sem finalidade lucrativa. A problemática definida para esse processo de investigação parte de uma constatação teórica e empírica: a invisibilização da gestão em organizações culturais populares. Essas organizações são recorrentemente vistas como pouco críveis ou rudimentares em termos de gestão, uma vez que operam a partir de uma racionalidade divergente do secular paradigma da gestão empresarial. Do ponto de vista prático, isso tem gerado a imposição da visão empresarial sobre elas, como um modelo a ser seguido; a adoção de métricas gerencialistas, que avaliam a utilidade dessas organizações a partir de uma ideia de eficiência e eficácia; a utilização de instrumentos inadequados para mediar a relação entre elas e o Estado; a ausência de ferramentas de gestão que sejam coerentes com a racionalidade dessas organizações, entre outras consequências relacionadas com a incompreensão e invisibilização da gestão nesse tipo de organização. Diante disso, a pesquisa teve como objetivo geral produzir conhecimento aplicado relativo aos saberes e às práticas em gestão de organizações culturais populares. Como resultados de um percurso metodológico que envolveu pesquisa de campo e desenvolvimento de produtos, o estudo gerou um modo de interpretar o “fazer gestão” nessas organizações, compreendendo-as por meio de uma metáfora: organizações culturais são ocas em seus territórios, traçando uma relação metafórica com as habitações tradicionais indígenas. Além desse resultado de cunho mais analítico, dois produtos tecnológicos foram criados: o primeiro deles foi um e-book com um conjunto de casos para o ensino em gestão, material de finalidade pedagógica a ser utilizado em processos de ensino- aprendizagem, dentro ou fora da academia. Tal material foi construído a partir de práticas, relatos e situações reais de dez organizações culturais das cinco regiões do Brasil, que atuam com diferentes expressões artístico-culturais em seus territórios; o segundo produto foi uma ferramenta de gestão, em formato de brinquedo, voltada para a mediação de diálogo e reflexão interna em organizações culturais populares. O brinquedo, chamado Carimboca, utiliza-se de dimensões e perguntas geradoras para criar um momento lúdico de autoavaliação coletiva entre os membros da organização.