Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Emilly Sales Sala |
Orientador(a): |
Jesus, Mônica Lima de |
Banca de defesa: |
Galindo, Wedna Cristina Marinho,
Bernardes, Jefferson de Souza |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27165
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Resumo: |
Esta dissertação objetivou compreender as práticas discursivas de psicólogas/os sobre a atuação psicológica na abordagem às IST/HIV-aids em serviços especializados em uma cidade da Bahia. Para tanto, inspiradas teórico-metodologicamente na perspectiva da psicologia social construcionista, realizamos nove entrevistas semiestruturadas com profissionais ligadas/os a serviços da rede municipal e estadual de saúde pública, entre maio de 2017 e janeiro de 2018. As entrevistas foram audiogravadas, transcritas integralmente e analisadas por meio da análise categorial temática. As/os psicólogas/os destacaram dificuldades e desafios diversos na operacionalização das práticas psicológicas nos serviços de IST/HIV-aids. Essas incitações estão mais relacionadas à apropriação de saberes e fazeres do campo da saúde pública/coletiva do que aos conhecimentos e práticas do núcleo da psicologia. Relacionam-se, especificamente, às desafiações impostas à formação em psicologia para atender às necessidades das pessoas e às finalidades dos programas e políticas; às dificuldades do trabalho em equipe e das características dos serviços de saúde pública; ao cuidado e atenção à subjetividade em um contexto permeado por normativas e prescrições para efetivação da promoção da saúde e prevenção de doenças; por fim, ao contexto político atual, que impõe desafios específicos aos/às profissionais de saúde para efetivação das ações e objetivos do SUS. Em alguma medida, eles estão fomentando revisões e (re)invenções das práticas e as/os profissionais têm desenvolvido estratégias para contornálos. Dessa maneira, as instigações também têm forçado a ampliação da perspectiva de atuação profissional, sinalizando uma tendência à abertura na construção de uma clínica psicológica ampliada. Assim, elementos das dimensões social e biológica, e não apenas subjetiva, da clientela dos serviços de saúde têm encontrado espaço de escuta e intervenções psicológicas, em maior ou menor grau a depender das características das/os profissionais e da perspectiva teórica adotada. Apresentamos, portanto, uma discussão em torno da ampliação do objeto, objetivo e meios de intervenção da clínica psicológica nos serviços de IST/HIVaids. Concluímos que a ampliação da clínica psicológica no contexto da saúde pública/coletiva apresenta-se como um processo em construção, mesmo dentro da trajetória de cada profissional. Isso porque, um/a única/o profissional, em diferentes momentos, realiza ações e assume posturas que a/o aproxima ou distancia da proposta da clínica ampliada em saúde. Não existiram dicotomias em que um/a profissional assumiu apenas uma postura restrita e outra/o somente uma postura ampliada da clínica. Apesar disso, alguns repertórios linguísticos apontaram para trajetórias profissionais mais sensíveis às demandas e propostas do contexto de atuação e à construção de atuações mais afeitas/adequadas a essas necessidades. Dessa forma, a construção da clínica ampliada em psicologia se dá entre aproximações e recuos do que seria uma prática clínica mais contextualizada e comprometida com as características do campo de atuação. |