Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Alexandre Filho, Joao |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=96175
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Resumo: |
A presente pesquisa analisou gêneros discursivos e formativos de arte, educação e cultura vivenciados pela coletividade do Acampamento Zé Maria do Tomé (AZMT), ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na região da Chapada do Apodi, Limoeiro do Norte. O objetivo central foi compreender como ocorrem e estão caracterizados os processos formativos materializados como gêneros discursivos de arte, cultura e educação do MST com os quais a coletividade do AZMT interage. Os gêneros discursivos do AZMT ressignificam os sentidos das lutas de sujeitos que vivenciam atos formativos de ação política e ideológica durante a constituição de uma identidade social e de uma memória de resistência e vida mais humana. O referencial teórico está baseado especialmente em Gohn (1997, 2012), Caldart (2001), Carvalho e Mendes (2014), Freitas (2018), Boal (2009), Freire (1983, 2013) e Bakhtin (2003). A experiência junto a acampados/as do AZMT demonstra que a consciência de luta e de resistência se fortalece com a vivência da arte e cultura para a problematização das demandas da população da Chapada. Os encontros e reuniões, rodas de conversa e oficinas de arte e educação politica são espaços de interação com a mística, a bandeira e o hino do MST enquanto mecanismos de organização das vozes e dos sentimentos do AZMT frente à sociedade local. A metodologia da pesquisa-ação permitiu a identificação de um processo de (auto)formação de uma consciência de classe e de resistência para enfrentar projetos neoliberais de empresários do agronegócio instalados na Chapada e apoiados por decisões governamentais do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi. Ao longo das oficinas de arte e das reuniões com o coletivo do AZMT, foi possível identificar a atuação dos gêneros discursivos de resistência enquanto ações características de um teatro e de uma estética do oprimido. Historicamente fortalecidos pelo apoio de grupos como as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), o Movimento 21 (M21) e a Cáritas da Diocese de Limoeiro do Norte, os/as acampados/as do AZMT vivenciam a arte como uma resposta politicamente organizada. É educativo e formativo o modo artístico como se organizam quando enunciam suas histórias de vida cantadas como um hino, realizadas como uma mística ou agitadas como uma bandeira. A valorização da memória coletiva e das ações de resistência fortalecem sua reflexão e ação para ressignificação da identidade de acampados/as como sujeitos mais cidadãos/âs frente ao contexto da sociedade local, ao mesmo tempo em que fortalecem pedagogicamente sua luta por dignidade e respeito negados por um sistema egoísta impetrado por grupos de poder e resguardados por decisões governamentais contrárias à promoção de ações eficazes e gradativas de justiça e equidade sociais. Palavras-chave: AZMT. Gêneros Discursivos. Identidade. Memória. |