AVALIAÇÃO IN VITRO DA SUSCEPTIBILIDADE DE VERMES ADULTOS DE Schistosoma mansoni FRENTE AO COMPOSTO MILTEFOSINA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Bertão, Humberto Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=82398
Resumo: <div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">A esquistossomose é uma doença crônica parasitária causada por helmintos do gênero&nbsp;</span></font><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">Schistosoma, que afeta mais de 200 milhões de pessoas no mundo e é endêmica em 70&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">países. No Brasil, 6 milhões de indivíduos estão infectados com Schistosoma mansoni.&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">Além disso, como a incidência de infecções por S. mansoni está aumentando,&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">aproximadamente 26 milhões de cidadãos em 19 estados brasileiros estão em risco de</span></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">infecção. O controle da esquistossomose envolve predominantemente a administração&nbsp;</span></font><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">de uma única droga, o praziquantel. Apesar do praziquantel demonstrar eficácia e&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">segurança quimioterápica, o seu uso massivo em zonas endêmicas, possibilitou o&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">surgimento de parasitas do gênero Schistosoma resistente a droga e a falta de outra&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">droga eficaz, demanda a descoberta de novos compostos esquistossomicidas.&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">Desenvolvido inicialmente como uma droga antitumoral, a miltefosina é um derivado&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">alquilfosfolopídeos que apresenta bioatividade contra Leishmania, espécies de&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">tripanossomas, protozoários de vida livre, bactérias e fungos. Devido a sua atividade&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">antiparasitária, a miltefosina foi à primeira droga oralmente administrável aprovada&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">contra a leishmaniose tegumentar e visceral. No presente estudo, avaliamos a doseresposta&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">in vitro da miltefosina contra vermes adultos de S. mansoni e relatamos que a&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">droga interfere com vários parâmetros de viabilidade do parasita, tais como, o padrão de</span></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">motilidade, a dissociação do acasalamento, o dano ao tegumento e a taxa de&nbsp;</span></font><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">mortalidade. Em combinação com ensaio colorimétrico do MTT, que quantitativamente&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">mede a viabilidade do parasita, verificamos que em doses de 100 e 200 &#956;M (20 e 40&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">&#956;g/mL) a miltefosina exerce sua máxima atividade esquistossomicida (contra formas&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">adultas de S. mansoni) em 24 h. Com uma concentração de 200 &#956;M, a morte dos&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">parasitas se iniciou dentro de 3 h após-incubação. A IC50 da miltefosina calculada para&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">5 dias de tratamento foi de 40,0 ± 0,7 &#956;M (16,0 ± 0,2 &#956;g/mL), que é uma valor três&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">vezes mais alto que os encontrados para linhagens de S. mansoni e S. haematobium&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">provenientes de áreas endêmicas do Egito. Em nossa investigação, também verificamos&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">que apoptose induzida por miltefosina poderia ser um evento intracelular que&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">contribuiria para a morte dos parasitas. Sabe-se, que vários compostos esquistomicidas&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">interferem com as funções e estrutura da membrana do parasita. Aqui, apresentamos</span></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">evidências da indução rápida e severa de danos ultraestruturais causados em S. mansoni&nbsp;</span></font><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">devido ao tratamento com essa droga. O número de parasitas aniquilados pela droga foi&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">dependente da concentração e do tempo. A morte dos parasitas foi precedida por severas&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">alterações na superfície da membrana, tais como: extensas lesões no tegumento com&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">exposição das fibras musculares, redução das espículas nos tubérculos, descamação e&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">formação de varias bolhas após tratamento medicamentoso. Em resumo, foi mostrado&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">neste trabalho, que miltefosina pode servir como um potencial e seguro composto&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">esquistossomicida para tratamento humano. Contudo, uma investigação detalhada dos&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">mecanismos moleculares da ação da miltefosina, tanto in vitro quanto in vivo, se faz&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">necessária antes de incorporar este medicamento como parte do arsenal disponível&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">contra a esquistossomose.</span></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Palavras-chave: Schistosoma mansoni; droga esquistossomicida; alquilfosfocolina;&nbsp;</span></font><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">miltefosina, ultraestrutura de membrana, fragmentação de DNA, doença tropical&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">negligenciada.</span></div>