Avaliação de córneas pós-transplantes para desenvolvimento de um procedimento operacional padrão no uso de córneas enucleadas acima de 12 horas até 17 horas e 30 minutos post mortem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ramos, Juliana Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113844
Resumo: No Brasil, os transplantes de órgãos e tecidos iniciaram-se na década de 1960. A partir de então, muito se evoluiu em relação a doação de órgãos. Milhares de pessoas tem a chance de recuperar a visão com a realização de transplante de tecido ocular. A taxa de sucesso dessa cirurgia pode ultrapassar 95%. Investigar a correlação entre o tempo decorrido desde o óbito até a retirada da córnea é fundamental para avaliar a qualidade desse tecido pós-transplante. Alargar esse tempo pode impactar no aumento do número de pessoas transplantadas, desde que se comprove a segurança e a eficácia equivalentes ao tempo regular post mortem. Objetivando avaliar córneas pós-transplante para o Desenvolvimento Operacional Padrão no uso de córneas enucleadas acima de 12 horas até 17 horas e 30 minutos post mortem utilizou-se um estudo científico do tipo coorte retrospectivo. A pesquisa foi realizada no Banco de Olhos do Ceará vinculado à Secretaria de Saúde do Estado do Ceará e em três centros transplantadores privados de referência em oftalmologia na cidade de Fortaleza-CE. Foram analisados prontuários de pacientes submetidos ao transplante com até um ano de procedimento no período de outubro de 2020 a setembro de 2022 (24 meses), conforme fosse iniciada a enucleação acima de 12 horas até 17h30min no Banco de Olhos do Ceará. Realizou-se o cálculo amostral com população finita, com amostra de 300 prontuários. Durante o seguimento dos 300 prontuários: 142 (94,7%) apresentaram transparência pós-transplante no grupo A (0 à 12h) e 147 (98,0%) apresentaram transparência pós-transplante no grupo B (acima de 12h até 17h30min.); enquanto, 8 (5,3%) não apresentaram transparência pós-transplante no grupo A e 3 (2,0%) no grupo B. O estudo mostrou que é viável enuclear córneas com o tempo de óbito superior a 12 horas, mantendo a qualidade do tecido em um nível excelente. Enfatiza-se também a importância de não se limitar apenas ao aspecto temporal após a morte, e destaca-se a necessidade de considerar normas estritas ao longo do processo, contidas em Procedimentos Operacionais Padrão (POP), para garantia do sucesso do transplante de córnea.