O sujeito e as drogas: marcas identitárias e contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Giacobone, Roberta Vial
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Faculdade de Psicologia
BR
PUCRS
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/782
Resumo: Diariamente, somos informados dos efeitos problemáticos que o consumo desenfreado de drogas provoca na sociedade brasileira e nos sujeitos toxicômanos. Contudo, também é sabido que a existência de entorpecentes é concomitante à história da humanidade. Desta forma, tornou-se uma inquietação motivadora desta investigação pesquisar quais os aspectos envolvidos nessa realidade epidêmica do uso de drogas na atualidade. Nesse sentido, percebeu-se a importância, nesta pesquisa, de se apresentarem as diversas modalidades de uso de drogas e de se esclarecer que esta investigação deteve-se a estudar o fenômeno das toxicomanias em suas implicações intrapsíquica e social, além de se buscarem alguns aportes que possibilitem problematizar o campo da intervenção. Assim, foi delimitado o objetivo central desta Dissertação: problematizar o Eu toxicômano tomando como pilares o conceito de Eu conforme o discorrido na obra freudiana e as questões concernentes à sociedade atual. Para isso, foram elaboradas duas seções sobre o tema: uma teórica e outra empírica. Na seção teórica, pesquisam-se as questões alusivas à subjetividade humana na atualidade utilizando o trajeto identificatório - formador do Eu -, e complexizando-o a partir de aportes teóricos que compreendem as especificidades da contemporaneidade e suas repercussões no processo de constituição psíquica, nos casos de toxicomanias. A seção empírica, por sua vez, foi construída como uma pesquisa de cunho qualitativo, e, nela, busca-se compreender de forma aprofundada as implicações das histórias relacionais de sujeitos toxicômanos na origem de sua patologia, priorizando os aspectos concernentes às suas dinâmicas psíquicas. A partir do relato dos participantes, investigam-se suas passagens pelo trajeto identificatório, suas modalidades de relação objetal e alguns aportes que podem indicar um caminho possível para o tratamento das toxicomanias. Após terem assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), os participantes se submeteram a uma série de três entrevistas, gravadas em áudio, e preencheram uma ficha de dados sociodemográficos. Também foi realizada uma entrevista com um familiar/cuidador de cada participante, o qual também assinou o TCLE. A análise dos dados obtidos foi feita pelo método de Análise Interpretativa proposto por Frederick Erickson. Foram criadas quatro asserções, as quais indicaram que, nos casos de toxicomanias, há uma vivência traumática precoce e não metabolizada psiquicamente, peculiaridades no trajeto identificatório, a criação de um circuito pulsional específico e ainda que, no campo da intervenção, o caminho a ser seguido passa por uma passagem subjetiva, da alienação para a autonomia. Este estudo constatou a necessidade de operar com a ideologia de que o oposto da dependência é o conceito de liberdade. Assim, verificou-se que a Psicanálise pode ganhar terreno neste campo clínico, na medida em que, em seus pressupostos, contempla a importância de uma posição autônoma dos sujeitos em relação às suas escolhas, podendo ofertar ao sujeito a (re)construção de sua história e, uma reconstrução do circuito pulsional que possa encadear-se na rede estabelecida pelo campo transferencial. Nesse sentido, o processo da cura comporta, então, uma novidade em termos relacionais: uma relação que se sustenta no pressuposto da alteridade.