Utilização de sinais de alarme para Dengue grave em crianças por profissionais do Sistema Único de Saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Corrêa, Luana Sicuro
Orientador(a): Hökerberg, Yara Hahr Marques, Brasil, Patrícia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12462
Resumo: Introdução: Dengue possui amplo espectro clínico, sendo o reconhecimento precoce de casos graves seguido de intervenção a principal estratégia para diminuição da letalidade. A identificação de sinais de alarme, que indicam risco de evolução para gravidade, é enfatizada na nova classificação das formas clínicas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e na de manejo clínico adotada pelo Ministério da Saúde do Brasil (MS). No Brasil, desde 2008, houve aumento na incidência de casos graves pediátricos. A identificação de gravidade é mais difícil nas crianças, geralmente menos sintomáticas, com evolução mais rápida para o choque e sem manifestações hemorrágicas. Objetivo: Identificar os sinais de alarme para dengue grave em crianças, reconhecidos por profissionais e técnicos do Sistema Único de Saúde, por meio da versão brasileira de instrumento proposto pela OMS Métodos: Tradução e retrotradução do questionário original em inglês, seguida de discussão com especialistas e pré-teste do instrumento. Inquérito realizado em 2011 por meio da aplicação da versão brasileira do questionário a médicos (M), enfermeiros (E) e técnicos de enfermagem (T) de duas unidades de atenção primária, uma secundária e duas terciárias, todas do Sistema Único de Saúde (n=488). Foram coletadas informações sociodemográficas, experiência no atendimento de dengue e sobre o uso e classificação de importância dos sinais de alarme para dengue grave definidos pela OMS e MS. Diferenças nas distribuições de frequência das variáveis por nível de atenção e ocupação foram avaliadas pelo teste qui-quadrado e Kruskal-Wallis (p<0,05) Resultados: Quanto à versão brasileira do questionário OMS, apenas a questão relativa à classificação dos sinais foi reformulada por sua difícil compreensão. Do total, 474 (97%) participantes responderam ao questionário, 40% M, 23% E e 37% T; 75% de unidades de atenção terciária. Sangramentos de mucosa e dor abdominal foram os sinais mais usados para encaminhamento de pacientes para unidades de maior complexidade. Nos três níveis de atenção, 90% dos profissionais referiram usar os sinais de alarme, sendo os mais citados, hemorragias importantes, dor abdominal e hemoconcentração/plaquetopenia, e os menos citados, dor à palpação abdominal e hepatomegalia. Na atenção secundária, sangramento de mucosas foi um dos três sinais mais citados. Foi encontrada diferença significativa na comparação entre as ocupações, com destaque para derrames cavitários, sangramentos de mucosas, letargia e desconforto respiratório (p<0,01). Aumento de hematócrito concomitante à plaquetopenia e hemorragias importantes foram mais frequentemente ranqueados como de maior importância, ainda que com grande variação na pontuação atribuída a cada sinal e entre as ocupações. Médicos valorizaram mais \201Chipotensão/desmaio\201D e \201Cletargia/agitação\201D, enquanto técnicos enfatizaram mais \201Csangramentos de nariz e gengiva\201D Discussão: Os sinais de alarme são muito usados na prática clínica. Sangramentos e hemoconcentração/plaquetopenia foram muito valorizados, enquanto menor importância foi dada aos sinais de choque, diretamente relacionados à gravidade da doença. Estes resultados sugerem a necessidade de adequação dos treinamentos, dando maior ênfase aos sinais de choque, considerando as atribuições de cada categoria ocupacional no atendimento de crianças com dengue