Efetividade de um modelo de controle vetorial do aedes aegyptiguiado por armadilhas de oviposição em bairros da cidade do Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Teixeira, Maisa Belfort
Orientador(a): Braga, Maria Cynthia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34642
Resumo: Aedes aegypti, espécie originária da África, tem sido responsável pela ressurgência e expansão de arboviroses no mundo. No Brasil, a cocirculação dos quatro sorotipos do vírus dengue e a introdução recente dos vírus chikungunya e Zika alertou as autoridades sanitárias para a necessidade de aprimoramento das ações de prevenção e controle vetorial. Este estudo teve por objetivo avaliar a efetividade de um modelo integrado de controle vetorial do Aedes aegypti, caracterizado pela remoção massiva de ovos por OVT-C, com isca tóxica, associada à intensificação de eliminação dos criadouros potenciais, guiado por armadilhas de oviposição. Tratou-se de um estudo ecológico, prospectivo, controlado, de série temporal, comparando a efetividade de um manejo integrado de controle de Aedes aegypti, (MIV) guiadas por ovitrampassentinelas, em relação às ações de controle adotadas pelo Plano Nacional de Controle da Dengue (PNCD). Dois bairros foram aleatoriamente alocadas como área de intervenção (Bomba do Hemetério) e controle (Campina do Barreto). Os espaços territoriais das áreas foram divididos em quadrantes de 40 x 40 metros, totalizando aproximadamente 300 células. Um total de 20 células foram sorteadas em cada área e OVT-S foram instaladas em pontos fixos no peridomicílio das residências. A pesquisa foi desenvolvida em duas fases: pré-intervenção e intervenção. A intervenção ocorreu entre agosto de 2018 e janeiro de 2019 e concentrou-se nas áreas com maior nível de infestação vetorial identificadas pelas OVT-S. O monitoramento da densidade de ovos nas OVT-S correspondeu a 15 ciclos de observação. A análise comparativa do número de ovos de Aedes aegypti por ciclo e segundo área de estudo foi realizada utilizando o Teste de Friedman (área de intervenção sem inundação: 2 = 15,23, p=0,229); intervenção com inundação: 2= 47,56; p= 0,000 e controle: 2 = 33,42, p=0,001). Não se observaram mudanças estatisticamente significantes nos valores das medianas do número de ovos na área de intervenção sem MIV, no entanto, houve redução acentuada a partir do 9º ciclo de observação, tendo a diferença sido estatisticamente significante (Teste de Friedman 47,56; p=0,000). Os dados sugerem a baixa efetividade da ação de intervenção sendo necessário a realização de mais estudos controlados e de longo prazo para melhorar a análise desse método. Essa estratégia de intervenção estratificada (MIV), parece não ter promovido um resultado homogêneo em todas as células trabalhadas, possivelmente em função das condições microambientais. Uma estratégia de intervenção estratificada parece não ter resultado satisfatório numa área como a cidade de Recife que possui áreas com condições socioambientais carentes, principalmente no que concerne à rede de saneamento básico.