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Colonialidade e reprodução social da saúde: o caso dos expropriados pela implantação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Freitas, Hugo Luiz Cordovil de
Orientador(a): Freitas, Carlos Machado de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55312
Resumo: A exploração da Amazônia brasileira historicamente tem sido alvo de incursões pautadas em uma lógica desenvolvimentista, em função dos interesses do capital internacional, algumas destas ações foram acentuadas durante o período da ditadura militar, como é o caso da implantação da UHE – Tucuruí. Tais processos foram momentos de extremas mudanças no contexto local e ajudaram a redefinir toda a realidade da região, pressionando diversos aspectos relacionados à reprodução social das populações camponesas. Nesse sentido, buscando trazer o diálogo entre dois pensamentos importantes para a ciência latino-americana, a determinação social da saúde e o pensamento decolonial, o presente estudo objetivou compreender em que medida a implantação da UHE – Tucuruí apresentou elementos de colonialidade, e tencionou os processos de resistência e reprodução social da saúde das populações impactadas. A pesquisa pode ser caracterizada como qualitativa, assumindo um caráter exploratório e descritivo, fazendo uso de estudos bibliográficos e documentais. Os dados foram tratados pela análise de conteúdo. A organização dos expropriados como movimento de luta organizado foi fundamental como elemento de resistência, e dentre os maiores resultados conquistados merece destaque a memória social estabelecida como instrumento de luta contra os processos de vulnerabilização, sendo importante ressaltar que mesmo frente a intensas pressões o papel das populações camponesas foi ativo e de resistência. A temática de saúde não foi um tema central no processo de implantação da usina, figurou em segundo plano como outros aspectos que afetavam diretamente as vidas dos camponeses, tendo tais posições severas repercussões sobre a reprodução social da saúde. O estudo revelou uma matriz colonial fortemente estabelecida, manifestando-se a colonialidade em sua tríade, poder, saber e ser. A colonialidade do poder foi evidenciada de forma mais clara nos aspectos relacionados ao controle da economia, da natureza, da autoridade, e do conhecimento e subjetividade. Os fatos ocorridos no caso de Tucuruí mostram a relação entre a determinação social da saúde e a colonialidade, evidenciando-se nos elementos da estrutura social que sustenta os processos desencadeados pelos interesses do capital internacional, nas pressões sobre a reprodução social, nas vulnerabilidades que culminam nos processos de adoecimento.